segunda-feira, 2 de abril de 2007

E eu digo-lhe

E eu digo-lhe, que não são
vãos os anos que vivi,
nem inúteis os caminhos percorridos,
ou sem objectivo tudo o que ouvi.
Não são imunes ao mundo,
nem são imaginariamente uma prenda de anos,
os amores em vão também não foram,
amores fraudulentos ou doentes,
a sua luz limpa e imortal
sempre em mim,
sempre de mim.
E nunca é tarde para de novo
começar toda a vida,
encetar o caminho,
para que do passado – nem uma palavra,
nem um gemido seja destruído.



Tradução de Manuel de Seabra.

Olga Berggolts

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