segunda-feira, 2 de abril de 2007

As palavras

Seguram desiguais o mesmo fio
que as trespassa – já foram
mais velhas, mais outras, precisas,
alheias, talvez, e voltaram, serão
vizinhas, repetem, parentes ou não,
não sabem: contêm.
São círculos d’água e o sonho
de um centro qualquer como rosa
ou nome de barco, anúncio, decreto
ou poema;
poema como o limiar do estio
numa voz, nuns lábios e sempre.

Vítor Matos e Sá

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