segunda-feira, 2 de abril de 2007

Da metáfora como charrua

O votivo eco da chuva nas mudas
searas do verão onde percebemos,
até onde o olhar alcança, o movimento
dissonante de dois rapazes espantando
pardais, o último rastilho da inocência.
Eis o imperturbável fôlego da metáfora
devassando os diáfanos campos da mente,
hoje, quando o candente minério das coisas
se converte noutra possibilidade. A evasiva
liberdade do entardecer o desejado antídoto
para a natureza do espírito alienado.

Paulo Teixeira

Sem comentários: